quinta-feira, 26 de maio de 2016

hoje

hoje acordei e a primeira coisa que me veio à mente não foi o teu sorriso. levantei-me da cama mas não foi por tua causa. tomei banho , arranjei-me mas não foi por ti. olhei para cada parede da minha casa,  e so vi tijolos, e nem uma única lembrança nossa. passei o dia a brincar a sorrir e não a chorar pela tua falta. voltei para casa e comi aquelas panquecas incríveis que me ensinas-te a fazer , mas não estou deprimida por não te ter aqui, como porque queria algo mais doce. continuei no telemóvel mas não foi para rever qualquer foto nossa ou conversas antigas. e na hora de me ir deitar , deitei a cabeça na almofada e fechei os olhos, e adivinha so, suspirei aliviada pir finalmente te estar a superar.

domingo, 22 de maio de 2016

eu confesso-te , sou apaixonada por quem eras, e agora estou perdida no que te tornas-te. e isso magoa-me. primeiro porque sei não voltarás a ser como antes. segundo, porque u sei que sou a causadora de toda essa mudança.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

aqui

aqui estamos nós os dois como bons "estranhos" sem mover nenhuma palavra, e deixar que o silêncio resolva brutalmente as coisas. aqui estou eu, a pensar em ti, em tudo o que sinto, a complicar o simples, a criar os medos desnecessários, a deixar-te partir a cada dia que passa. e lá estás tu, a achar que eu não ligo mais, a tentar esquecer-me, ignorando a saudade, a distanciares-te a cada segundo de mim. repara so em nós os dois, como bons "racionais", a deixar o amor mais perdido do que ele costuma ser.

Eu posso ser o que tu quiseres, cuidado, e eu sei vês-me como uma cabra insensível, uma pessoa que talvez não se importe e que agora, tenho tudo menos compaixão e coração, tudo bem. Aceito, conheces-me tão bem, e sempre foi por isso que era completamente louca por ti, ainda sou. Sabes, eu já não te detesto. Mas quer eu queira quer não, eu tenho o coração, e tenho de acrescentar: saudades .Mas eu vivo bem como se não sentisse nada. Tranquilo. Acho que realmente nunca te detestei. Tenho de admitir, era a raiva a falar mais alto, por me superares, por esqueceres tão depressa enquanto eu me sinto, enquanto eu me sinto cansada, e frustrada por ainda não ter deixado de sentir, por ainda não te ter superado, ter esquecido. E esse sempre foi o meu grande objetivo. A minha principal prioridade. Estou curiosa, como é que conseguiste deixar tudo para trás tão rapidamente? é por saber que já deixaste tudo para trás das costas que me questiono sobre tudo o que vivemos. Tenho deixado bem claro, que não quero saber. Estou calma, tranquila. Estou, sou algo que desconheço. Eu sei, sou um furacão, um vulcão sempre em via de erupção, e agora estou calma, estou quieta. Mas tirando essa merda toda, sinto-me ridícula por estar aqui a escrever esta merda, onde tenho 100% de certezas que tu nunca vais ler, ouvir, nunca! Detesto calma, desteto ordem. Sinto-me tão frustrada, oh meu deus!!! Frustrada, louca, realmente isto é um inferno! Traumatizaste-me. Sim. Isso mesmo. Nunca tive medo de ti, aliás nunca tive medo de mim, raramente tenho medo de algo. Mas o mais estupido, é que aquilo que mais me assombra és tu, o que mais me assusta sou eu. Não te culpo. Culpo-nos. Como é que chegamos até aqui? Em que esquina é que atravessamos mal? O que é, foi feito de nós? Estou cheia de danos colaterais, estou cheia de restos de ti, cheia de marcas. Porque esta pessoa, esta pessoa não sou eu. “Eu” sou os teus pedaços. Estou à beira da loucura, mas sei que só sei que se voltasse a estar e a viver um inferno, seria outra vez por ti. Só por ti. Tudo por ti. Ridículo.
Sinto-te intocável. Inalcançável. Ainda pensas nisto? Ou será mesmo tudo indiferente? Sei que não é tanto como eu, mas só um pouco? Pensa em mim. Tempo é tudo o que eu não tenho. Faz-me um favor, e por favor cala-te com essa merda. Isso mete-me tanto nojo porque só estás a ser um hipócrita, acorda. Não é o tempo que te vai fazer ficar bem, o tempo é para quem tem medo de se aproximar. Acredita que não ficas mais magoado do que eu. Eu deixo-te, mas não te esqueço. Quero-te como nunca -ainda- mas nunca penses que preciso de ti. Nem contigo nem sem ti. Acho que somos amigos. Amigos que conhecem cada centímetro do corpo um do outro. Amigos que têm segredos imagináveis em comum. Apenas isso. Amigos. é mais forte o que nos une ou o nos que separa?

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

É estranho porque ao mesmo tempo que acho que estou no caminho certo, acontecem coisas que me fazem repensar e acabam por me dar a conta de que faço tudo errado, como se eu tivesse nascido para isso,para fazer as coisas erradas, decepcionar as pessoas, e com o lindo dom de não me conseguir expressar como deveria, o péssimo defeito de ser temperamental, uma pessoa difícil de se lidar, mas no fundo sou a pessoa que mais precisa de carinho e atenção, mas não sei pedir, só sei guardar tudo, está tudo a desmoronar e ninguém consegue ver, só eu, e eu não sei se consigo levantar esse “castelo de cartas” novamente, cada sopro que a vida dá é como um vendaval que leva tudo. Às vezes tenho vontade de sair do meu corpo, ser outra coisa, outra pessoa, mas não posso fugir de mim mesma, e acho que isso é um dos piores desafios da humanidade, ter que saber lidar consigo mesmo e aceitar-se, porque se isso não acontecer… não saberemos lidar com mais nada.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Também me cansei.

Não sou nada surpreendente, sou previsível e sabes muito bem disso. Eu só saio com horário marcado, sou completamente doida por pontualidade. Eu não sei fazer surpresas, porque uma semana antes toda a gente já sabia que no aniversário te iria dar aquilo que querias e dizer-te o quanto amo fazer tudo isto perto do teu ouvido ouvido. Eu planeio o trajeto das viagens. Aliás, mais um dia completamente planeado e com um final previsível, a chegar a casa cansada do serviço e esperar para que saia o jantar. Mas com o passar do tempo vais-te cansar da previsão, cansar de olhar para a televisão e  saber a temperatura do dia seguinte, cansar de passar aniversários de namoro a ganhar sempre o que queres e promessas de amor ditas pela mesmo miúda do ano passado. Cansaste-te da minha previsão, cansaste-te de mim. Hoje eu sou apenas, mais alguém imprevisível e com o mesmo mau humor de sempre, hoje posso dizer que entendo a tua revolta ao acordar todos os dias por volta das 7:30 da manhã, a rotina cansa. Coisas previsíveis realmente são uma uma merda, acho que também me cansei.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Saudade é para quem ama, sentir falta é para quem perde alguma coisa.

Eu poderia escrever uma história sobre isto. Um livro enorme com setecentas páginas com pequenas palavras impressas a contar a tragédia que é estar viva agora. É uma condição, eu sei. Não é estar a morrer, mas em contra partida não é estar a viver. Às vezes eu só queria poder fazer algo a respeito porque a sensação de estar presa dentro de mim mesma, e de não encontrar nenhuma luzinha para sair, é dolorosa. Eu tomo banho. Às vezes oito vezes por dia. Esfrego o corpo inteiro, esfolo a pele, lavo os cabelos até criarem pontas duplas, mas a alma não quer sair. Tiro as roupas e ando pela casa a tentar tirar-me de mim. Nada adianta, e eu não culpo a vida nem ninguém por estar assim. Foi uma escolha, um caminho sem volta, uma rua sem saída em que eu entrei. Fechei as minhas portas para que mais ninguém entrasse e  desarruma-se as minhas coisas, mas agora está tudo arrumado demais. Está tudo limpo e organizado numa proporção que me chega a sufocar. Eu sinto falta de ser transparente. De deixar toda a gente entrar e sair e não me importar com isso porque amar era bom demais para perder tempo a cobrar permanências. Eu sinto falta dos amigos que eu fui perdendo inevitavelmente pelo caminho - ás vezes por estupidez da minha parte, eu admito. Saudade é para quem ama, sentir falta é para quem perde alguma coisa. E eu sinto, eu sinto demais, eu sinto mais do que eu queria sentir. E é ainda pior quando as chances de recuperar o que se foi perdendo escapam pelos dedos com o passar do tempo. A vida colocou -me oportunidades à frente, mas eu estava estagnada, cansada, e exausta demais para fazer algo a respeito. E o tempo correu veloz-mente com uma astúcia de ser sempre quem vence as corridas mais longas. E então a bandeira branca é levantada: precisa-se de paz. Mas a paz também dói, e dói bem fundo. As lembranças não morrem na guerra, mas tudo vem a lembrar. Lembrar das risadas que fizeram doer o estômago de tanto rir, porque não há coisa melhor do que isso no mundo. Mas depois só lembrar não adianta porque perder tudo é uma condição permanente. Eu sinto falta, mas tanta, tanta falta que nas noites mais tristes respirar não é uma opção. Imagino um  chipe nas costas e saio de mim mesma por algum tempo porque dentro de mim nesses momentos não é um bom lugar para se estar. O lado de fora também é bem mau. Em carne viva, paralisada e com frio, eu já não sei mais: eu estou do lado de dentro ou do lado de fora?